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Oi, menininha… 👧
Hoje eu quero te mostrar como a comunicação não violenta pode se tornar um dos pilares mais importantes do seu autocuidado.
Não só para você se expressar melhor com os outros, mas para começar a ouvir — e respeitar — a sua própria voz. Porque uma mulher que aprende a falar com amor e verdade, cuida de si de um jeito que transforma tudo ao redor.
Confesso que, para mim, ainda é um desafio manter uma comunicação alinhada e não guardar minhas frustrações.

No entanto, aos poucos, tenho me policiado para expressar, de forma sincera, o que sinto no momento em que as situações acontecem, tenho muita ajuda do meu marido nesse processo e aprendi muito com ele nos últimos anos, a gente sempre conversa quando a coisa fica estranha.
Assim, venho aprendendo a cuidar da minha comunicação e a assumir minhas vulnerabilidades com mais leveza — sem culpa, sem vergonha.
Porque, no fundo, isso também é um exercício de inteligência emocional e, acima de tudo, de autocuidado.
Pra começar, nós fomos ensinadas, desde pequenas, a silenciar nossas emoções para não incomodar, a não reclamar, a evitar conflitos, a engolir o choro e seguir adiante, mesmo quando tudo dentro da gente grita por um espaço para expressar nossos sentimentos.
O resultado?
- Sentimentos acumulados por anos.
- Corpos tensionados.
- Relacionamentos desgastados.
- E um cansaço emocional profundo que parece não ter fim.

Por esses motivos, precisamos falar sobre este assunto com mais seriedade e dar a ele a devida atenção. Afinal, só assim o caminho pode ser diferente — a partir desta conversa que nos convida a um novo olhar e, quem sabe, a novas escolhas.
Podemos chamar este assunto de CNV — Comunicação Não Violenta — e ela tem um papel fundamental, especialmente quando falamos em autocuidado feminino. Portanto, aprender a se comunicar com verdade e respeito é também uma forma profunda de cuidar de si.”
O que é Comunicação Não Violenta?
A CNV, criada por Marshall Rosenberg, nos ensina a expressar sentimentos e necessidades com respeito e autenticidade — e a ouvir o outro com empatia.
Ela se apoia em quatro pilares:
- Observação: O que de fato aconteceu, sem julgamentos.
- Sentimento: Como eu me senti com essa situação.
- Necessidade: Qual necessidade minha não foi atendida.
- Pedido: O que posso pedir ao outro para cuidar dessa necessidade.
Mais do que uma técnica, a CNV é um jeito de existir no mundo com mais presença e verdade.
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Comunicação Não Violenta e autocuidado feminino: uma relação essencial
Cuidar de si não é só um banho relaxante ou uma massagem, é também não se abandonar emocionalmente.
Cada vez que você silencia o que precisa ser dito, uma parte sua adoece.
É como tentar colocar o lixo debaixo do tapete: por um tempo, até parece que resolveu… mas você e eu sabemos o que acontece depois, não é?
Mais cedo ou mais tarde, esse acúmulo pesa. E aí, o que poderia ser leve, vira um fardo difícil de carregar.

Por outro lado, cada vez que você expressa com respeito o que sente, você se honra — e fortalece sua autoestima.
Comunicar é autocuidar.
Ou seja, é proteger sua saúde mental.
É, consequentemente, nutrir relacionamentos mais leves e verdadeiros.
Por que tantas mulheres ainda se calam?
Muitas mulheres que acompanho em atendimentos online me dizem:
“Não sei falar… sempre que tento, choro ou me calo.”
“Se eu disser o que sinto, vão achar que sou fraca ou chata.”
“Não quero briga, então deixo pra lá.”
O problema é que esse “deixo pra lá” se transforma, com o tempo, em:
- ressentimento
- culpa
- exaustão emocional
- distanciamento nos relacionamentos
- doenças psicossomáticas


Calar é a forma mais sutil de se abandonar e de se deixar para depois.
então, seria adequado afirmar que se comunicar é resgatar a si mesma?
De onde vem esse padrão de silenciar-se?
Esse padrão tem raízes profundas — e antigas.
Durante séculos, mulheres foram educadas para ser:
- boas esposas
- boas mães
- boas cuidadoras
Ser “boa” significava, quase sempre:
não reclamar, não pedir, não dizer que algo não estava bom.
👉 No Brasil, e em boa parte do Ocidente, essa lógica se consolidou com a cultura patriarcal doméstica.
👉 Mulheres que se expressavam eram chamadas de “difíceis” ou “histéricas”.
👉 Além disso, modelos religiosos reforçavam que a mulher virtuosa era submissa e silenciosa.


Como resultado, houve um condicionamento emocional coletivo.
Muitas mulheres hoje não sabem nem o que sentem, porque passaram gerações aprendendo a não ouvir a própria voz.
Esse padrão não é nossa culpa.
Contudo, é nossa responsabilidade quebrar o ciclo.
“Cada mulher que aprende a falar com verdade e amor abre um caminho para outras também se levantarem.”
Como dizemos no Tempo pra Mim
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Comunicação que adoece x Comunicação que cuida de si
Exemplos do que acontece no dia a dia 👇
Situação 1: Acúmulo de tarefas domésticas
❌ Comunicação errada (autoabandono):
“Ninguém me ajuda, tenho que fazer tudo sozinha.”
✅ Comunicação que cuida de si (CNV):
“Quando vejo a casa bagunçada, me sinto sobrecarregada. Por isso, preciso de mais cooperação. Você pode me ajudar com a cozinha hoje?”
Situação 2: Resposta ríspida do marido
❌ Comunicação errada (autoabandono):
faz silêncio para evitar briga
✅ Comunicação que cuida de si (CNV):
“Quando você me responde de forma ríspida, me sinto magoada. Assim, preciso de um ambiente de respeito. Podemos tentar conversar com mais calma?”
Situação 3: Sentir-se excluída no círculo social
❌ Comunicação errada (autoabandono):
“Deixa pra lá, ninguém liga pra mim mesmo.”
✅ Comunicação que cuida de si (CNV):
“Quando não fui chamada, me senti triste. Aliás, valorizo muito nossa amizade e gostaria de entender se aconteceu algo.”
Pequenas práticas para começar a cuidar da sua comunicação
- ✅ Antes de reagir, respire. Pergunte-se: O que estou sentindo?
- ✅ Nomeie sua emoção. Diga: Eu me sinto ___.
- ✅ Identifique sua necessidade. Pergunte-se: Do que eu preciso?
- ✅ Faça um pedido claro e respeitoso.
- ✅ Não ataque. Não se anule. Diga a sua verdade com amor.

Cuidar da sua comunicação é o mesmo que cuidar de si
No autocuidado feminino, pouco se fala sobre a comunicação.
Entretanto, ela é um dos primeiros lugares onde o abandono começa.
Quando você aprende a expressar o que sente, você:
- cuida do seu corpo (que deixa de carregar o peso do silêncio)
- cuida da sua autoestima (que cresce a cada vez que você se ouve)
- cuida dos seus relacionamentos (que se tornam mais verdadeiros)
Cuidar da sua comunicação é cuidar de si.
Não deixe mais a mulher que você é se calar por medo ou hábito, mande o medo embora e se posicione com verdade de forma autêntica e livre.
Hoje, comece com uma pequena frase.
Fale o que sente. Honre quem você é.
Se cuida 👧, fica com Deus, a gente se vê no próximo artigo.
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Se este texto tocou você e despertou um desejo de comunicar-se com mais leveza e verdade, venha conhecer o Método Tempo Para Mim. Aqui, a gente cuida da voz, do corpo e da alma — para que você floresça inteira no mundo.
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