Comunicação não violenta e Autocuidado Feminino

Tempo de Leitura 6 minutos. 1.190 palavras.

Oi, menininha… 👧

Hoje eu quero te mostrar como a comunicação não violenta pode se tornar um dos pilares mais importantes do seu autocuidado.

Não só para você se expressar melhor com os outros, mas para começar a ouvir — e respeitar — a sua própria voz. Porque uma mulher que aprende a falar com amor e verdade, cuida de si de um jeito que transforma tudo ao redor.

Confesso que, para mim, ainda é um desafio manter uma comunicação alinhada e não guardar minhas frustrações.

No entanto, aos poucos, tenho me policiado para expressar, de forma sincera, o que sinto no momento em que as situações acontecem, tenho muita ajuda do meu marido nesse processo e aprendi muito com ele nos últimos anos, a gente sempre conversa quando a coisa fica estranha.

Assim, venho aprendendo a cuidar da minha comunicação e a assumir minhas vulnerabilidades com mais leveza — sem culpa, sem vergonha.

Porque, no fundo, isso também é um exercício de inteligência emocional e, acima de tudo, de autocuidado.

Pra começar, nós fomos ensinadas, desde pequenas, a silenciar nossas emoções para não incomodar, a não reclamar, a evitar conflitos, a engolir o choro e seguir adiante, mesmo quando tudo dentro da gente grita por um espaço para expressar nossos sentimentos.

O resultado?

  • Sentimentos acumulados por anos.
  • Corpos tensionados.
  • Relacionamentos desgastados.
  • E um cansaço emocional profundo que parece não ter fim.

Por esses motivos, precisamos falar sobre este assunto com mais seriedade e dar a ele a devida atenção. Afinal, só assim o caminho pode ser diferente — a partir desta conversa que nos convida a um novo olhar e, quem sabe, a novas escolhas.

Podemos chamar este assunto de CNV — Comunicação Não Violenta — e ela tem um papel fundamental, especialmente quando falamos em autocuidado feminino. Portanto, aprender a se comunicar com verdade e respeito é também uma forma profunda de cuidar de si.”

O que é Comunicação Não Violenta?

A CNV, criada por Marshall Rosenberg, nos ensina a expressar sentimentos e necessidades com respeito e autenticidade — e a ouvir o outro com empatia.

Ela se apoia em quatro pilares:

  • Observação: O que de fato aconteceu, sem julgamentos.
  • Sentimento: Como eu me senti com essa situação.
  • Necessidade: Qual necessidade minha não foi atendida.
  • Pedido: O que posso pedir ao outro para cuidar dessa necessidade.

Mais do que uma técnica, a CNV é um jeito de existir no mundo com mais presença e verdade.

📎 Leia também: Cuidar do ser social é cultivar vínculos que permanecem

Comunicação Não Violenta e autocuidado feminino: uma relação essencial

Cuidar de si não é só um banho relaxante ou uma massagem, é também não se abandonar emocionalmente.

Cada vez que você silencia o que precisa ser dito, uma parte sua adoece.

É como tentar colocar o lixo debaixo do tapete: por um tempo, até parece que resolveu… mas você e eu sabemos o que acontece depois, não é?

Mais cedo ou mais tarde, esse acúmulo pesa. E aí, o que poderia ser leve, vira um fardo difícil de carregar.

→ "Conceito visual de emoções reprimidas, lixo sendo escondido sob o tapete — metáfora do silêncio emocional."


Por outro lado, cada vez que você expressa com respeito o que sente, você se honra — e fortalece sua autoestima.

Comunicar é autocuidar.
Ou seja, é proteger sua saúde mental.
É, consequentemente, nutrir relacionamentos mais leves e verdadeiros.

Por que tantas mulheres ainda se calam?

Muitas mulheres que acompanho em atendimentos online me dizem:

“Não sei falar… sempre que tento, choro ou me calo.”
“Se eu disser o que sinto, vão achar que sou fraca ou chata.”
“Não quero briga, então deixo pra lá.”

O problema é que esse “deixo pra lá” se transforma, com o tempo, em:

  • ressentimento
  • culpa
  • exaustão emocional
  • distanciamento nos relacionamentos
  • doenças psicossomáticas

Calar é a forma mais sutil de se abandonar e de se deixar para depois.
então, seria adequado afirmar que se comunicar é resgatar a si mesma?

De onde vem esse padrão de silenciar-se?

Esse padrão tem raízes profundas — e antigas.
Durante séculos, mulheres foram educadas para ser:

  • boas esposas
  • boas mães
  • boas cuidadoras

Ser “boa” significava, quase sempre:
não reclamar, não pedir, não dizer que algo não estava bom.

👉 No Brasil, e em boa parte do Ocidente, essa lógica se consolidou com a cultura patriarcal doméstica.
👉 Mulheres que se expressavam eram chamadas de “difíceis” ou “histéricas”.
👉 Além disso, modelos religiosos reforçavam que a mulher virtuosa era submissa e silenciosa.

Como resultado, houve um condicionamento emocional coletivo.
Muitas mulheres hoje não sabem nem o que sentem, porque passaram gerações aprendendo a não ouvir a própria voz.

Esse padrão não é nossa culpa.
Contudo, é nossa responsabilidade quebrar o ciclo.

“Cada mulher que aprende a falar com verdade e amor abre um caminho para outras também se levantarem.”

Como dizemos no Tempo pra Mim

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Comunicação que adoece x Comunicação que cuida de si

Exemplos do que acontece no dia a dia 👇

Situação 1: Acúmulo de tarefas domésticas

❌ Comunicação errada (autoabandono):
“Ninguém me ajuda, tenho que fazer tudo sozinha.”

✅ Comunicação que cuida de si (CNV):
“Quando vejo a casa bagunçada, me sinto sobrecarregada. Por isso, preciso de mais cooperação. Você pode me ajudar com a cozinha hoje?”

Situação 2: Resposta ríspida do marido

❌ Comunicação errada (autoabandono):
faz silêncio para evitar briga

✅ Comunicação que cuida de si (CNV):
“Quando você me responde de forma ríspida, me sinto magoada. Assim, preciso de um ambiente de respeito. Podemos tentar conversar com mais calma?”

Situação 3: Sentir-se excluída no círculo social

❌ Comunicação errada (autoabandono):
“Deixa pra lá, ninguém liga pra mim mesmo.”

✅ Comunicação que cuida de si (CNV):
“Quando não fui chamada, me senti triste. Aliás, valorizo muito nossa amizade e gostaria de entender se aconteceu algo.”

Pequenas práticas para começar a cuidar da sua comunicação

  • ✅ Antes de reagir, respire. Pergunte-se: O que estou sentindo?
  • ✅ Nomeie sua emoção. Diga: Eu me sinto ___.
  • ✅ Identifique sua necessidade. Pergunte-se: Do que eu preciso?
  • ✅ Faça um pedido claro e respeitoso.
  • ✅ Não ataque. Não se anule. Diga a sua verdade com amor.
Mulher praticando comunicação não violenta, escrevendo sobre sentimentos e necessidades em um diário."

Cuidar da sua comunicação é o mesmo que cuidar de si

No autocuidado feminino, pouco se fala sobre a comunicação.
Entretanto, ela é um dos primeiros lugares onde o abandono começa.

Quando você aprende a expressar o que sente, você:

  • cuida do seu corpo (que deixa de carregar o peso do silêncio)
  • cuida da sua autoestima (que cresce a cada vez que você se ouve)
  • cuida dos seus relacionamentos (que se tornam mais verdadeiros)

Cuidar da sua comunicação é cuidar de si.


Não deixe mais a mulher que você é se calar por medo ou hábito, mande o medo embora e se posicione com verdade de forma autêntica e livre.

Hoje, comece com uma pequena frase.
Fale o que sente. Honre quem você é.

Se cuida 👧, fica com Deus, a gente se vê no próximo artigo.


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Se este texto tocou você e despertou um desejo de comunicar-se com mais leveza e verdade, venha conhecer o Método Tempo Para Mim. Aqui, a gente cuida da voz, do corpo e da alma — para que você floresça inteira no mundo.

Uma resposta para “Comunicação não violenta e Autocuidado Feminino”

  1. Avatar de Maria josinalda batista Tavares
    Maria josinalda batista Tavares

    Por várias muitas mil vezes eu fiz isso ,me calei diante de situações que me prenderam no fundo de um poço na qual eu não sabia como sair, me julguei e destrui, fiz coisas que não fizeram bem para mim e enxergar isso foi muito difícil ,olhar para dentro de mim entender quem eu era foi a pior parte de todo o processo ,pois eu não aceitava que eu era errada, nunca aceitei hoje vejo com outros olhos e me posiciono de uma forma melhor, coloco as palavras de formas melhores ainda estou aprendendo muito ,tem coisas que ainda nem sei como falar e nem como me expressar ,porém isso faz de mim uma pessoa melhor porque eu enxergo que é isso quem eu quero ser ,parece que é uma coisa muito difícil mas não é,o medo paralisa de uma forma que faça que a gente se tranque dentro de uma caixa e nunca mais querer abrir porém eu decidi que a minha vida ia ser diferente e está sendo tem muita coisa ainda para resolver, muito ,mas tem muita coisa que já foi resolvida isso me faz me sentir a pessoa mais feliz nesse dia, olhar para trás e ver como eu superei tantos medos me faz me sentir uma pessoa resolvida, em algum lugar e virá muitos outros mas estarei melhor preparada para isso

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